quinta-feira, 22 de julho de 2010

Uma visita de amor

As três crianças chegaram ao anoitecer. Tristes, traziam nos semblantes as dores choradas por horas.
De mãos dadas, adentraram o que lhes seria, a partir de então, o novo lar.
A mãe havia partido no dia anterior, no rumo do Mundo Espiritual.
O Diretor da Instituição as recebeu e tentou acarinhá-las, desejoso de compensar-lhes o aconchego perdido.
Porque estivessem tomadas todas as camas, ele cedeu a sua para que as três pudessem dormir, naquela noite.
Ele próprio se acomodou, de forma improvisada, no mesmo quarto.
Adormeceram as crianças, abraçadas, num intuito de uma a outra darem proteção.
Na madrugada, algo despertou aquele homem. Abriu os olhos e percebeu um grande clarão próximo à cama dos pequenos.
Tentou erguer-se mas não conseguiu.
Uma forma feminina, no meio da luz intensa, lhe disse: "Não se mexa.Fique aí. As crianças estão bem."
E deteve-se especialmente, ao lado do menor dos garotos. O mais desalentado daquele trio.
Durante algum tempo ali permaneceu.
E o Diretor, cansado, acabou por adormecer outra vez.
Quando a manhã sorriu, entrando jovial pela janela, ele despertou os meninos.
Enquanto auxiliava o menorzinho a se vestir, percebeu que ele estava muito quieto.
Depois, em certo momento, perguntou:
"Senhor, minha mãe veio me visitar ontem à noite. O senhor viu?"
O Diretor aconchegou a si o pequeno e consentiu:
"Sim, meu filho. Eu vi."





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A morte não destrói os afetos, nem os relacionamentos.

Os que abandonam o corpo prosseguem, de onde se encontram, a velar pelos que permanecem na Terra.

Amores profundos se perpetuam e onde quer que haja um coração dolorido de saudade, o ausente amado se faz presente.

Ninguém está só, no Mundo, embora a pobreza dos sentidos nem sempre nos permita o registro dos amados.

Contudo, quando à mente nos assoma a imagem de quem realizou a grande viagem; quando a lembrança dos amores, repentinamente, nos emociona; quando a saudade embala recordações...

Acredite: os amores estão próximos.

São suas presenças que acionam nossos registros mentais e motivam esses quadros doces e acalentadores.

Quando isso ocorrer com você, feche os olhos, sinta o perfume do amor beijar-lhe a face, e agradeça a Deus pela dádiva do reencontro.

Depois, amenizada a saudade, enxugue o pranto, sorria e prossiga nas lutas, aguardando no tempo o reencontro definitivo, quando as sombras da morte igualmente o abraçarem.





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Redação do Momento Espírita
Baseado no cap. A visita da mãe a um órfão, do livro "O estranho e o extraordinário"
de Charles Berlitz, ed.BestSeller.
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