quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Pontos cantados

 PONTOS CANTADOS 
 Os Pontos cantados são evocações, em forma de orações ou pequenas histórias, louvando um Orixá ou contando quem é o Guia, sua forma de atuação, sua força diante das dificuldades, sua relação com os Orixás, um chamamento de um filho que procura ajuda ou proteção, entre outras colocações de festividade e manifestação de fé. Os pontos têm sua associação, digamos assim, com os mantras indianos, com os Cantos Gregorianos da Igreja Católica, ou com os Cantos de Louvor à Deus dos Protestantes.Outra função dos pontos, ao serem cantados, é fazer descarregar e fluir as emoções dos médiuns e dos que procuram ajuda na casa, em vibrações relacionadas com os Guias e Orixás, permitindo assim, um perfeito entrosamento e equilíbrio do médiuns em seu trabalho e o alcance da graça solicitada.

Curimba

A função dos Ogãs (Coro e Curimba)
É responsabilidade dos Ogã, não só no dia da gira como em qualquer dia de trabalho, olhar pelos demais médiuns, bem como pela integridade e pelo bom funcionamento do Terreiro. O Ogã, em especial, tem a responsabilidade de se comportar como um médium exemplar e de orientar os demais médiuns a seguir um comportamento apropriado.
A consciência de sua responsabili­dade sobre os trabalhos e a consciên­cia das energias que são emitidas pelos atabaques e cantos que envol­vem os trabalhos, é que faz um verda­deiro Ogã.
É importante saber, que o Ogã é responsável pela gira e pelo trans­correr dos trabalhos espirituais do Terreiro, pois, quando o Pai-no-Santo está incorporado, é o Ogã que assu­me a força vibracional da gira. Por­tan­to, o Ogã não deve contar com o Pai-no-Santo para saber que linha e que pontos devem cantar, deve sim, estudar e conhecer as Forças Espiri­tuais Divinas de nossa querida Umban­da, assim como, deve conquistar a sintonia com os médiuns e com os Guias de cada médium. E para que isso aconteça, ele deve estar diretamente conectado com os espíritos e as linhas de trabalho que estão encarregados de trabalhar em cada médium e no Terreiro.
Ele é, entre todos os médiuns, o mais importante, pois tem a função de concentrar, canalizar e doar energias durante todo o trabalho espiritual e isso ele faz com o som e com as palavras, para tanto ele precisa aprender não só a cantar com a voz ou tocar com as mãos, mas, também, com a alma, com o coração.
O som e as palavras têm uma força normalmente subestimada por nós. Se soubéssemos da repercussão da música e das palavras na mente das pessoas, seríamos muito mais cautelo­sos e atenciosos no falar e no cantar. Uma palavra, uma vez emitida, não se perde nunca e entra no mundo mental daquele que a ouviu. O som, o canto, o mantra, possui o mesmo valor, daí o dito popular que “quem canta, reza du­as vezes”. Dependendo da intenção com que o som, ou o mantra, é emitido, ele eleva a vibração do ambiente, se irradia, atrai, despacha, limpa ou fortifica. Por isso, todas as religiões têm seus mantras, seus cânticos, seus pontos.
A energia que atua no Ogã é uma energia de Força e Segurança, e essa energia é doada a toda a corrente me­diú­nica, essa função de doação ener­gé­tica é como é explorada a mediuni­dade do Ogã durante a gira.
Saiba que é mais dificil os ogãs tenham necessidade de “girar” e, quan­do isso acontece, atende necessidades individuais especiais, o motivo de não incorporarem deve-se pelo cuidado de manter a energia de suas coroas em constante equilíbrio e livre de ações mentais negativas. 
Pontos abordados em reunião na Seara de Caridade Caboclo Tupinambá.

OGÃS NA UMBANDA
 
por Gustavo Reis

A palavra Ogã vem do Yorubá e significa Senhor da Minha Casa. Não é para menos, pois o Ogã – médium responsável pelo canto e pelo toque - ocupa um cargo de suma importância e de responsabilidade dentro dos rituais de Umbanda, que é o de conduzir a Curimba – conjunto de vozes e toques do atabaque - ajudando nos trabalhos espirituais para que possam 
ser fortes e bonitos. Os ritmos (toques) e cantos realizados pelo Ogã, pode-se dizer que nos dias de hoje, são parte integrante de um Centro de Umbanda. Os atabaques – instrumento de percussão - sempre foram alvos da polícia baiana e estavam terminantemente proibidos de serem tocados em Terreiros. Aproveitando uma viagem ao Rio de Janeiro a até então desconhecida Mãe Aninha, zeladora da casa de candomblé Ilê Axé do Opô Afonjá em São Gonçalo do Retiro, decidiu solicitar uma reunião com Getúlio Vargas, que na época ocupava o cargo da Presidência do Brasil. Nessa reunião foi discutido o assunto sobre os atabaques nos terreiros, pois como dizia Mãe Aninha, para dar originalidade e ritmo às festividades era preciso os instrumentos de percussão. Ela fora tão determinada que conseguiu “arrancar” de Getúlio Vargas um decreto que liberava o uso de atabaques em Terreiros. Este ato, foi considerado um grande passo para o Culto de Nação no Brasil, que de pouco a pouco ganhava espaço na sociedade brasileira. Esse acontecimento foi recebido com grande festividade pelo povo de santo, principalmente na Bahia, onde foi comemorado com a famosa festa da Lavagem da Escadaria do Senhor do Bonfim. O responsável pelo toque, o Ogã, tem de ser bem preparado para exercer tal função em um Terreiro, pois além de serem médiuns intuitivos, são Sacerdotes natos, aqueles que nascem com a função de falar por um Orixá, de serem um Instrumento puro dos Orixás e fazem isso através de suas mãos e cantos. O Ogã é um canal aberto para muitas linhas de trabalho da Umbanda que trabalham ativamente através dele, são linhas de caboclos, exus, pomba-gira, etc... que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Formam uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba, são mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “Som”. Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, chamada, subida, sustentação dos Guias e fechamento de gira. Uma outra função importante é de emitir ondas energéticas pelo som do atabaque e pelos cantos que servem para diluir algumas energias astrais negativas que não fazem bem ao médium. A curimba é um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do Terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás, ajudando os médiuns tanto na hora das incorporações, desincorporações e da firmeza de um trabalho. A curimba, por si só, emite energia suficiente capaz de descarregar um médium ou uma Casa. Por isso a curimba deve sempre estar em sintonia com os Guias Espirituais, com os Orixás e com o Dirigente do trabalho. O Ogã deve estar sempre pronto e procurando aprender mais e mais. Sempre com amor, pois quando vibramos de coração, os cantos atuam sobre nossos chacras, ativandoos, e deixando-nos em total sintonia com a Espiritualidade Superior. Os pontos transformam-se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento Sagrado e Divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda, pois não é simplesmente evocar uma Divindade, mas é chamado de magia por envolver toda uma “cadeia” onde o som da curimba atua nos médiuns positivando-os e equilibrando-os. Infelizmente, não temos visto nos templos de Umbanda uma preocupação com a qualidade da curimba, ou seja, com o conjunto de vozes e toques de atabaques. Há templos em que os atabaques são “tocados” com tanta força que parece que os Ogãs estão descarregando sua energia e sentimentos negativos nos couros dos instrumentos e não é possível ouvir as letras dos pontos cantados e, às vezes, nem mesmo a melodia. Em outros lugares, há uma preocupação com a afinação, mas há negligência quanto aos ritmos e instrumentos ou, então, os atabaques são muito bem tocados, mas o canto é completamente desafinado. Pior, ainda, é quando não se prioriza nem uma coisa nem outra, porque na verdade é o conjunto em que um completa o outro, formando uma grande Harmonia. É válido lembrar também, que esses problemas de musicalidade são percebidos por muitos freqüentadores que, além do “stress” auditivo, saem comentando a desarmonia, o que pode desprestigiar a Casa e a comunidade umbandista, em relação ao nível de excelência que deveria ser alcançado. Axé Irmãos! Que possamos ter em nossa Umbanda uma religião digna de belos ritmos, com muita vibração, harmonia e irradiação Divina. 

OGÃ
por MARCOS VINÍCIUS CARACCIO
 

Curimba, é um ponto de força dentro de um Terreiro de Umbanda. Sempre enaltece nossas giras, sendo de suma importância dentro do Terreiro. Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.

A história do atabaque
Em nossas giras de Umbanda, é muito comum se ter presente o ataba­que, um instrumento lendário e de origem afro. Esse instrumento dá ritmo e axé aos cultos, possibilitando uma melhor incorporação e dando maior energia aos trabalhos.
O atabaque é um instrumento Sagrado, Consagrado e Firmado por Ori­­xás e Guias e tem uma força pode­rosa, que em uma gira faz toda a di­ferença. Para aprendermos um pouco mais sobre o atabaque e seus funda­mentos trago algumas informações interessantes sobre o mesmo, relacio­nado aos cultos afro religiosos, dentre eles, Umbanda e Candomblé.
Segundo a Wikipédia, “O Atabaque de Origem Africana, hoje muito utili­zado nos cultos aos orixás, de reli­giõ­es também de origem afro, “E na verdade o caminho e a ligação en­tre o homem e seus orixás, os to­ques são o código de acesso e a chave para o mundo espiritual “( Romário Itararé há 35 anos toca atabaques e instru­mentos de percussão)
Há três tipos de atabaque: Rum, Rum­pi e o Lê. O Rum é o atabaque maior, o Rumpi seria o segundo ataba­que maior, tendo como importância responder ao atabaque Rum, e o Lê seria o terceiro atabaque onde fica o Ogã que está iniciando ou aprendiz que acompanha o Rumpi. O Rum também é usado para dobrar ou repicar o toque para que não fique um toque repetitivo. Importante saber que cada atabaque tem suas obrigações a serem feitas, pois o atabaque praticamente repre­senta um Orixá.
Existem vários tipos de toques, Angola que se toca com mão e Ketu que se toca com a varinha. Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angolão que seria desti­nado a Oxossi, Ygexá que seria destinado a Oxum, etc. O mesmo acontece com Ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu, chamada aguidani.
O couro também mere­ce cuidados, como passar dendê e deixar no sol para que ele, o couro, fique mais esticado e possa produzir um som melhor.
Um Ogã seria como um Tatá da Casa e na maioria das vezes seu conhecimento é quase superior a um Zelador de Santo. Para ser um Ogã não basta saber tocar, e sim, saber o fundamento da Casa, sali­entando que saber o canto na hora certa, é de gran­de importância para um Terrei­ro.
Existem também outros tipos de componentes que se usam junto com os ataba­ques, como por exemplo, o agogô, chocalho, triângulo, pandeiro, etc. Existe também o Abatá, que seria um tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul e na nação Tambor de Mina.
Os tambores começaram a apa­recer nas escavações arqueológicas do período neolítico.
O tambor mais antigo foi en­contrado em uma escavação de 6.000 anos A.C. Os primeiros tambores provavelmente consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco. Es­tes troncos eram cobertos nas bor­das com peles de alguns répteis, e eram percutidos com as mãos, depois foram usadas peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho.
De origem africana, o atabaque é usado em quase todos os rituais afro-brasileiros, típico do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacio­nados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa são empregados para evocar os Orixás. 

Por Marcos Vinicius Caraccio

PONTOS CANTADOS 
 Os Pontos cantados são evocações, em forma de orações ou pequenas histórias, louvando um Orixá ou contando quem é o Guia, sua forma de atuação, sua força diante das dificuldades, sua relação com os Orixás, um chamamento de um filho que procura ajuda ou proteção, entre outras colocações de festividade e manifestação de fé. Os pontos têm sua associação, digamos assim, com os mantras indianos, com os Cantos Gregorianos da Igreja Católica, ou com os Cantos de Louvor à Deus dos Protestantes.Outra função dos pontos, ao serem cantados, é fazer descarregar e fluir as emoções dos médiuns e dos que procuram ajuda na casa, em vibrações relacionadas com os Guias e Orixás, permitindo assim, um perfeito entrosamento e equilíbrio do médiuns em seu trabalho e o alcance da graça solicitada.

Este é um ponto que temos que saber desde o inicio de nossa jornada:

HINO DA UMBANDA
Refletiu a luz divina
Em todo seu esplendor
Vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amor
Luz que reflete na terra
Luz que reflete no mar
Luz que veio de Aruanda
Para tudo iluminar
A Umbanda é paz e amor
É um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
Como a nossa lei não há
Levamos ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá 

Madrinha Elvira, nossa Avó de Umbanda, costumava cantar um ponto na época da Ditadura Política e algumas outras vezes, "naqueles tempos" nós Umbandistas eramos muito discriminados...

A você Pai Irajé, nosso carinho, respeito e pedidos de que sempre olhe por nós,
A vós Pai Lírio Branco nosso amor e nosso muito obrigado pela casa maravilhosa,
A vós Caboclo Tabajara que continue sempre nos amparando, ensinando, enfim, sendo sempre nosso grande PAI!!!
Meu Pai Ogum
Vem nos ajudar
Nosso terreiro
E a nossa Umbanda melhorar
Os inimigos da Umbanda
Sempre estão fazendo guerra
Meu pai Ogum, Iansã e Xangô
Já está na terra
Olerere, salve Iemanjá
Olerere, salve Iemanjá
Saravá Ogum
Salve Olorum
Salve Oxalá


Madrinha Elvira incorporada com Pai Irajé 

O ponto e a foto foram colaborações da Mara Cris da
Tupã Óca do Caboclo Irajé e Pai Folha Seca
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