quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Nana

Nanã Buruquê
 
 Nanã, Senhora das Chuvas. Sua principal atividade entre outras, é o eterno remanejamento, reposição e repuxo das águas doces e salgadas do planeta. Solidifica, transporta e dissolve (com ajuda de outros orixás) o elemento líquido em atendimento às necessidades planetárias.
Seus devotos são laboriosos, prudentes, sérios e maduros nos seus atos; um tanto calados e afeitos aos trabalhos mecânicos onde a tônica seja o automatismo; são ótimos funcionários no campo laboratorial. No mental aparecem associados com outras energias (orixás) que promovem e ensejam a planificação, programação, etc.
Como tendências negativas dos “filhos-de-cabeça”, nota-se a preguiça, a negligência e o descaso.

ALGUMAS ERVAS, FLORES, FRUTOS E BEBIDAS DEDICADAS A NANÃ
Ervas: Alfavaca roxa, assa peixe, avenca, cana do brejo, capeba, cedrinho, cipreste, erva de passarinho, jarrinha, manacá, Maria preta, mutamba, quaresmeira, rama de leite;
Flores de tonalidade roxa.
Água de chuva é a sua principal bebida.
Obs.: A toalha de seus “filhos-de-cabeça” usada em dia de festas é roxa como as contas que compõem sua guia (colar). Aliás, uma raridade nos terreiros é encontrarem-se filhos de Nanã do sexo masculino.
Sua obrigação iniciatória processa durante todo o ano, a partir de março.
Dia da semana: terça-feira
DATA : Comemora-se a data maior de Nanã durante a segunda quinzena de julho. Ocupa o primeiro raio junto a Iemanjá.
SAUDAÇÃO: Saluba Nanã! Saluba Nanã! Saluba Nanã! - (Senhora mãe de todas as mães).
Número: 13
 Mãe Nanã
Na Umbanda, ela não costuma ser considerada numa linha como chefe, sendo então uma corrente da linha de Iemanjá. Nanã é descrita como uma velha senhora.
O sincretismo de Nanã com Sant'Ana, avó maternal de Jesus, e padroeira dos professores, reforça a impressão de que ela é muito antiga e que sua chegada ao Brasil foi anterior a dos Iorubas.
Nanã é dona da lama do fundo dos rios, lama com qual foram modelados os homens. Rege nos pântanos. Tem também relações com a morte.
Este orixá vem de épocas tão distantes, que nenhuma pesquisa foi capaz de identificar suas origens. Seu culto se espalhou, através dos tempos, de Leste a Oeste. Nanã é um termo que expressa deferência por qualquer pessoa idosa e significa "Mãe" em diversos dialetos africanos. Na Umbanda, Nanã vem incorporada de forma calma, curvada e com movimentos circulares nas mãos ou então "amassando" o barro.
Nanã desconhece o ferro e outros metais por tratar-se de um Orixá da Pré-história. O termo NANÃ significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra.
Este grande Orixá, padroeiro da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas. Nanã, a mais velha Mãe D'água, Orixá mãe e avó é protetora dos homens e criaturas idosas.
No culto anterior à chegada de orixás iorubanos à região da atual Nigéria, teria Nanã um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo de Olurum (Zambi angolano).
Nos cultos afro-brasileiros, Nanã é apresentada como Orixá indiscutivelmente feminino e associada sempre à maternidade.
É por isso, a mais velha divindade das águas, tendo associações tanto com a vida, como com a morte ou com posição reservada aos velhos em qualquer sociedade. O elemento primordial de Nanã é a lama, o lodo do fundo dos rios e dos mares.
É por extensão o Orixá dos pântanos, o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia (água) e o que foi libertado por mando de Zambi (a terra), sendo portanto sua criação simultânea à da criação do mundo.

***
Os filhos de Nanã
Um filho desse Orixá pode ter um perfil de uma pessoa austera, introvertida, calma, lenta, leal, honesta, maternal, trabalhadora,perseverante, guerreira, econômica, photo-nana_jpgbondosa, imbatível, rancorosa e ranzinza.
São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Calmos e as vezes mudam repentinamente, não gostam de brincadeiras nem tão pouco de brincar com as pessoas; levam muitoa sério aquilo que lhe falam, podendo até tomar atitudes drásticas, apenas por não ter gostado daquilo que ouviu.
São protetoras, ciumentas, possessivas, querem toda a atenção para si. O mais importante é o respeito acima de tudo.
As pessoas ligadas pelo elo do amor aos filhos de Nanã tem que ter muita paciência, pois as mesmas são demasiadamente desconfiadas.
Cethrio
 
Lendas e Histórias de Nanã
 
UMA LENDA DE NANà

Nanã é um Orixá feminino de origem daomeana. Segundo as lendas, é a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos:
Obaluaiê (Omulu), Oxumarê e Irôko, os dois últimos não cultuados na Umbanda tradicional.

Este grande Orixá, padroeiro da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas. Nanã, a mais velha Mãe D'água, Orixá mãe e avó é protetora dos homens e criaturas idosas.

No culto anterior à chegada de orixás iorubanos à região da atual Nigéria, teria Nanã um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo de Olurum (Zambi angolano). Nos cultos afro-brasileiros, Nanã é apresentada como Orixá indiscutivelmente
feminino e associada sempre à maternidade.

É por isso, a mais velha divindade das águas, tendo associações tanto com a vida, como com a morte ou com posição reservada aos velhos em qualquer sociedade. O elemento primordial de Nanã é a lama, o lodo do fundo dos rios e dos mares.

É por extensão o Orixá dos pântanos, o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia (água) e o que foi libertado por mando de Zambi (a terra), sendo portanto sua criação simultânea à da criação do mundo.

NANÃ - Orixá da Terra
Princípio de Nossa Existência !!! 

Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, Oxalá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele.
Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura.
De pedra, mas ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã.
Oxalá criou o homem, o modelou no barro.
Com o sopro de Olorum ele caminhou.
Com a ajuda dos Orixás povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Extraído da obra de Reginaldo Prandi
Professor de Sociologia da USP

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