quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Orixas

 ORIXÁS 
 orixasSegundo a mitologia iorubana ou jeje, os orixás eram deuses antropomórficos, isto é, divindades com atributos e qualidades humanas.
Assim, eram deuses e homens ao mesmo tempo. Cópia das mitologias de outros países? Pode ser, pois há certa aproximação entre deuses de outras terras e orixás africanos.
Mas na essência, seria o orixá um espírito diferente de nós? Porventura, teria Deus criado seres de origem, evolução, características e atividades diferentes? Ou seja, várias espécies distintas de espíritos? Porque, consoante a fonte e a crença africanas, orixá é um "espírito da natureza", um "encantado".
Pelo que sabemos, o minério, o vegetal, a substância material, um lugar natural, os fenômenos meteorológicos não possuem espírito, embora o vegetal possua o princípio vital e o animal uma psique ainda em formação.
No folclore da totalidade dos países, consta a existência - lenda ou não - de fadas, gênios, sereias, elementos, “espíritos” da água, ar, terra e fogo (ondinas, silfos, gnomos e salamandras); entre os índios tupis haviam as lendas do saci-pererê, caapora, iara, boitatá, curupira, anhangá e outros, entidades habitantes de matas, cemitérios, rios, lagos, cachoeiras; na Idade Média, foi muito difundida a crendice nos íncubos e súcubos, demônios que tentavam homens e mulheres, materializando-se à noite e mantendo relações sexuais com os humanos.
Mas o que seriam os orixás?
Sabemos que por constituírem “espíritos da natureza” não incorporam médiuns nos cultos de nações nem nos deles oriundos: os candomblés. É como dizem “Santo não baixa em terreiro”.
Na Umbanda, embora se adotem nomes de orixás por sincretismo, conhecemos nossos guias e protetores, sabendo serem almas de humanos como nós, porém sem o corpo físico.
Não havendo incorporação nos candomblés, o médium apenas recebe as vibrações de seu orixá de cabeça e, empolgado, “hipnotizado”, extasiado, dança em homenagem a ele, ostentando seus fetiches: roupas, armas e símbolos.
Orixá, no nosso entendimento, parece ser energias vibratórias irradiadas dos elementos que compõem um ambiente, fenômeno ou local, forças manipuladas por uma inteligência que as dirige, em consonância com os objetivos a que pretende alcançar.
Reforça a nossa tese a origem de Exu. Exu é deturpação da palavra hebraica “IESHUA” significando ponto de encontro. Circulando o globo terrestre existem linhas de forças magnéticas movimentando-se em diversas direções e estas linhas se cruzam em alguns pontos da Terra.
Esse fenômeno já era do conhecimento de sábios e povos antigos, inclusive dos hebreus, os quais ofereciam holocaustos e oferendas nesses pontos de cruzamento.
Como o povo hebreu esteve cativo no Egito e este país situa-se no norte da África, de algum modo passou para os africanos que, desconhecendo o fundamento do ritual, passaram a ofertas sacrifícios nos cruzamentos de estradas e caminhos em louvor de “Ieshua”, mais tarde exu. Não é preciso dizer que tal prática veio com eles ao Brasil.
Pois bem, cada energia tem sua faixa de vibração própria, sendo manipuladas por serem inteligentes a ela ligados, que as dirigem para uma finalidade. Assim, a vibração dos mares seria controlada por uma entidade denominada Iemanjá; a dos minérios, Ogum; a das pedras, raios e trovões, Xangô; a dos vegetais, Oxossi; as vibrações religiosas, Oxalá; etc. Isto posto, como há espíritos que dirigem fenômenos naturais e respectiva energia, devem ser eles que as governam, pois a lógica e o bom senso não nos aconselham a crer que a energia possua inteligência mas somente força a vibração, porque inteligência é atributo dos seres psíquicos já evoluídos na escala espiritual.
Daí, nossa opinião de que orixá seja um espírito igual a nós, presidindo as forças naturais (energias), de sua competência, formando ambos uma só unidade simbólica.
 
Para que possamos entender o Orixá em sua absoluta essência, é necessária uma enorme capacidade de abstração. O que diversos autores tem tentado valentemente explicar é algo absolutamente intangível ao nosso nível de consciência.
Orixá não é divindade, pois na Umbanda cremos num único Deus. A Umbanda não é politeísta, portanto o que passaremos a descrever não é uma teogonia. Orixá é potência de luz emanada de Deus, O Criador.
Ordinariamente entendemos a manifestação do Orixá, através das forças da natureza, é o máximo que conseguimos, pois em sua essência verdadeira é pura luz. E como entender isso? É como querer entender e explicar Deus, tarefa impossível a qualquer um de nós.
Entretanto, tendo em mente isso, podemos tentar entender juntos o caminho inverso, ou seja, da terra para o Alto, até porque para entendermos o que ocorre acima disso, precisaríamos entrar em esferas elevadíssimas que fogem ao nosso entendimento, pois ninguém tem alcance para isso. Tudo que falam são conjecturas, bravas e algumas até louváveis tentativas, mas nada absoluto. A verdade de cada um deve ser respeitada, assim como a compreensão. Avançar a esferas superior nos será naturalmente permitido quando tivermos evolução para tal.
Na realidade o que a Umbanda fez foi “organizar” as manifestações divinas, em uma linguagem que pudéssemos compreender. Todas as “complicações” provenientes do aprendizado na Umbanda são por nossa exclusiva culpa e ignorância, basta que conversemos com qualquer Preto Velho, para termos a certeza disto.
Pensemos a princípios em alguns Orixás que se manifestam em nível de terreiro, ou seja, de incorporação, como exemplo: Oxosse, Ogum, Xangô, Nanã, Oxum, Iemanjá e Iansã.

A manifestação, em nível de terreiro, de cada um se dá através de espíritos enviados de cada uma destas forças. Importante ressaltar que na Umbanda não incorporamos o Orixá, mas sim os seus enviados ou representantes, que são espíritos que já encarnaram e que tem cada um o seu próprio karma, história, característica missionária, evolutiva, de personalidade etc.
Temos a tendência de acreditar ou pensar que cada Orixá é o reino ao qual está associado, entretanto Orixá é muito mais do que isso, e é exatamente esse “muito mais do que isso” que não conseguimos explicar em palavras, mas grosseiramente falando é o amor de Deus espalhado e ao mesmo tempo condensado em 7 raios básicos, destinados ao planeta Terra, que objetivam, ao chegarem aqui, traduzidos pelos diversos sub-planos que passaram, nos auxiliar no nosso karma, e que se manifestam através das forças e reinos da natureza. O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. Enfim... É mais uma benção de Deus.
Quando pensamos na composição de uma árvore, por exemplo, e nos infiltramos nela, entramos no seu universo e podemos observar neste universo “árvore” que todos os 7 Orixás estão se manifestando, conjugadamente ou em paralelo, mas sempre harmoniosamente.
Cada Orixá tem função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente as nossas necessidades, por Graça do Criador.
Para uma melhor compreensão nesta que está parecendo uma viagem ao mundo dos Orixás, vamos primeiro falar sobre as funções e especialidades de cada um ao nível de terra.
O Orixá Oxosse corresponde a nossa necessidade de saúde, nutrição, expansão, energia vital, equilíbrio fisiológico.
O Orixá Ogum corresponde a nossa necessidade de energia, defesa, prontidão para ação, determinação, tenacidade.
O Orixá Xangô corresponde a nossa necessidade de discernimento, justiça, estudo, raciocínio concreto e metódico.
A Orixá Nanã corresponde a nossa necessidade de compreensão de karma, de regeneração, de evolução, transformações e transmutações kármicas, ou seja, o morrer, o nascer, enfim o Renascimento.
A Orixá Oxum corresponde a nossa necessidade de equilíbrio emocional, concórdia, amor, complacência e reprodutiva.
A Orixá Iemanjá corresponde a nossa necessidade familiar, estrutural de amor fraternal e filial e bens materiais.
A Orixá Iansã corresponde a nossa necessidade de mudança, deslocamentos, transformações materiais, avanços tecnológicos e intelectivos.
Tudo isso estando equilibrado nos torna pessoas melhores e facilita a nossa passagem na Terra, por isso falamos em benção de Deus, e também em manifestações básicas e harmônicas dos Orixás.

Não incluímos Oxalá na relação de Orixás por considerá-lo acima dos demais Orixás e por considerá-lo a conjugação de todos os demais Orixás, energia primeira e original emanada de Zambi ou Olorum, O Criador de Todas as Coisas, portanto Oxalá não é Orixá Básico, conseqüentemente não é regente de Ori (coroa) de médium nenhum na Umbanda, todos somos Filhos de Oxalá. Além do mais estamos falando em manifestações em nível de terreiro, ou seja, em nível de incorporação, caboclos, e na Umbanda ninguém incorpora Oxalá. Alguns se referem a Ele como Orixá Maior.
Texto baseado no livro
“Umbanda – Mitos e Realidade"

 AS 7 LINHAS DE UMBANDA
Encontramos em vários livros diversas maneiras que se formam as 7 linhas de Umbanda. De acordo com nossa hierarquia, descriminamos abaixo aquelas nas quais nossa casa trabalha e desenvolve na mediunidade de seus filhos. Lembramos que todos os médiuns, independentes de sexo ou linhagem trazidas de outras hierarquias, devem desenvolver (dar passividade) a todos sem distinção, pois somente assim conseguiremos formar uma corrente mediúnica interligada desde o Comandante Chefe de Terreiro até os iniciantes.

As 7 linhas da Umbanda:

1) Oxalá
2) Xangô
3) Ogum
4) Oxosse
5) Iemanjá
6) Cosme, Damião e Doum
7) Mista

 OS CABOCLOS
A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio ou mulato de cor bronzeada com cabelos escorridos, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclo, para os umbandistas, são almas de índios que se incorporam no "cavalo", como denominam o médium que lhe dá passividade.
Os índios que baixam nos terreiros são os mesmos habitantes das terras brasileiras, antes e depois de seu descobrimento até nossos dias.
Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento de médiuns, curas através de ervas e simpatias, desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, repressão a espíritos malévolos, principalmente eguns (espíritos errantes ou almas penadas), demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.
Muitos que hoje vêm aos terreiros, foram pajés, velhos curandeiros ou magos, tanto que são utilizados em trabalhos de curas através de ervas, demandas espirituais - pois foram hábeis guerreiros - proteção espiritual a pessoa e tendas e desenvolvimento de médiuns, porque possuem fluídos mais grosseiros, adaptando-se perfeitamente à aura do médium principiante, por sua essência mais primitiva.
Acresce, ainda, que sob a estrutura fluídica de um índio, se esconde muitas vezes um padre, um missionário, um pacificador indígena, um bandeirante ou um médico, cujas primeiras existências humanas, foram como silvícolas.
Isso explica, porque para o espírito a forma não é nada, dando mais valor ao conteúdo divino do trabalho de caridade.
Quando baixados nos terreiros, são enérgicos e autoritários, mostrando-se intolerantes com a hipocrisia e fraquezas dos filhos de fé.
Conservam os mesmos hábitos e costumes adotados na Terra, razão por que se lhes dão o arco, a flecha, a tanga de penas, o cocar, o charuto e outros apetrechos que lhes são familiares.





















































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